segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Poema de Rejane Aquino para o grupo '' O sarau''

A amizade é uma mulher linda, caridosa
e complexa.
Pela noite, sai destemida abraçando os fracos,
Pela manhã, ela brilha e revela o seu sorriso largo.

Toda vestida de branco percorre a mulher
Caminhos conturbados em busca de prumo
E de paz, abraça os fracos.

Outra vez, troca o vestido e como que para matar
Injeta saudades a todos que se apartaram
Do calor do abraçar.


Um dia, seu amigo cometeu um erro
E desnuda saiu correndo esquecendo o julgar,
Pois amigo de verdade,
Só se lembra de amar.

No caminho e entrelinhas,
A mulher encontrou a poesia.
Poesia tão contagiante que não
Parava de abraçar...
Um, dois, três ...e por ai vai...
A poesia jamais encontrava ‘’não’’
E por todos, por ela se  deixavam encontrar.

Na mistura e na caminhada, se deu ‘ O sarau’’
Amigos que na levada e  pela doce caminhada
Se viram embalados na roda dos sonhos
Que a poesia os guiou.

Amizade e poesia, eternos goles de amor.

Que seja sempre luz, que seja sempre amor,
que seja sempre mar,
Abraços e corações a sonhar.

Sempre, sempre esse sarau seja mesmo
Um carnaval de abismos, saudades,
Abraços, sorrisos ,
lágrimas, canibalismos
Espelhos e um cavalos a galopar
Cavalos que conduzam a amizade e a poesia
A todos que a todos que amam
E sabem se eternizar.
                                             

Rejane Aquino



Poema de Rejane Aquino para Rita Queiroz

Retrato II.I
Para Rita Queiroz
As palavras abrem portas
Para horizontes distintos,
Todos lindos!
Filologia, confraria, a vida em si...
Há um canibal que berra daqui
Para ali.
Palavra pulsante que me extravasa
Para o mundo,
Rasgando e devorando
lembranças, fantasias e fantasmas
Que se atravessam por dentro
De mim.
Tudo grita, mas sou mansa, calmaria!
Uma mulher que grita versos
e transpira filologia.
Mais de perto, uma menina de luz,
Onde de gabaritada professora
Se torna abrigo
de amor.
Tudo grita e os canibais
Que se achegam
Se labirintam aqui dentro
E lá fora.
Tudo grita!
E aqui dentro: vertigens,
pulsações e cicatrizes.
As palavras abrem portas e aqui dentro, um mundo de abrigo e um léxico que me labirinta.
Rejane Aquino

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

(Trecho de Tabacaria, de Fernando Pessoa)


Tabacaria, de Fernando Pessoa ( Trecho)

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Mini biografia Rejane Aquino

Rejane Aquino


Professora de língua e literatura portuguesa. Diretora de comunicação da Associação ‘’Confraria Feminina de Poesia e Artes’’. Membro do grupo ‘’O Sarau’’. Classificada no Concurso Nacional de Novos Poetas- Poetize (2017).‘’Participante da antologia do II Concurso de poesia Prêmio Gastão Guimarães (2016) e das coletâneas Prosa e Verso, organizada por Luis Pimentel ( IX Feira do livro de Feira de Santana -2016) e Confraria Poética Feminina: além da estampa (no prelo). Tem textos publicados em blogs como ‘’Revista Graduando’’ e ‘’De mim’’ e páginas no facebook ‘’Academia Nacional de Poesia’’, ‘’ Pé de Poesia’’, ‘’Literatura e outras poéticas Baianas’’ e nos sites ‘’Curto Conto’’,’’Escrita - Biblioteca Virtual de escritores’’ e‘’Academia Nacional de Poesia’’. Comentarista e revisora da segunda edição do livro ‘’A Biblioteca e o Segredo do Quarto livro’’, de Redivaldo Ribeiro. Autora do prefácio do livro ‘’Flor Imortal’’, de Gaspar Medrado (no prelo).Comentarista do livro " A Poesia da Língua", de Palmira Heine.  Se apresenta em eventos literários. Edita o blog "De mim" (demim2.blogspot.com.br) Contato: (nannyreas@hotmail.com). Tem interesse nas diversas modalidades artísticas.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Rejane Aquino no Sarau da Academia Feirense de letras

Sarau de despedida e agradecimento da Academia Feirense de Letras — com Emanoel Freitas  Espaço Literário De Feira De Santana.





Crônica de Juliana Cordeiro para Rejane Aquino

Em um domingo qualquer, ser presenteada por uma crônica em que sou caracterizada por " anjo amigo" não tem preço. Muito obrigada, flor.
#Lindopresente #Lindotexto #Lindaamizade

O desejo irrevogável.

Para Rejane Aquino

Mais uma semana, a segunda do ano, e eu me vi imersa em meu ledo engano. Era uma assombração em forma de tentação que viera me assolar. Errada eu fui, sim admito o meu erro, quando por um comentário, me deixei tocar. Comentários todos tecem, até mesmo mentais... mas, os que mais atordoam a gente são aqueles que são tecidos pelas bocas mais banais. Gás. Gás lacrimogênio, foi isso o que me afetou. Eu caí num sono profundo, enquanto a minha ânsia feminina, a Deusa veio e sugou, mas eu levo a lança comigo e sou seguida por um Anjo. Anjo é o nosso terno amigo. Acordei da anestesia em que o gás me colocou, vi a luz da salvação que as Odes celestes em segurança à minha alma, um Anjo amigo entoou. Me levantei, as lágrimas sequei e me lembrei que devo uma integridade a Àquele que primeiro me amou.
Juliana Cordeiro, 08.01.17

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Poema de Rejane Aquino

Aquela casa, carrega o peso
do passado. 
Lembranças adormecidas, 
Afetos inexistentes
Em uma casa de farsa.


Um não querer mascarado
Por sorrisos falsos,
Risos avulsos
e corações mentirosos.


Um tiro no pé é voltar
Ao seu regaço.



(Rejane Aquino)